Bolsonaro anuncia nomeação de novo ministro da Educação

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta quinta-feira (25), por meio de uma rede social a nomeação do professor Carlos Alberto Decotelli da Silva para o cargo de ministro da Educação.

Ele sucederá Abraham Weintraub, que, após 14 meses no cargo, anunciou demissão na semana passada para assumir um posto de diretor representante do Brasil no Banco Mundial, em Washington (EUA). 

Oficial da reserva da Marinha, Decotelli é professor da área de finanças na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e atuou junto ao governo desde a transição, quando participou do plano voltado para a área da educação.

Qual será sua prioridade à frente do MEC?

São três as prioridades: a primeira é ampliar o diálogo e interlocução para que haja divulgação correta em relação às políticas do MEC; atualizar o cronograma dos compromissos que estão estabelecidos; as ponderações em relação ao novo Fundeb; as políticas envolvendo a covid-19 e a parte de biossegurança. Queremos fazer um trabalho de gestão interna integradora, com diálogo mais forte entre FNDE e a Capes, e a estrutura operacional que é a estrutura estratégica no gabinete. A preocupação com a biossegurança para reativação das aulas e o Fundeb (são as principais questões).

A última gestão do MEC ficou distante dos secretários estaduais. Pretende mudar isso?

Procuraremos um diálogo com o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação). A secretária Cecília Motta (presidente do Consed) é muito eficiente e interessada em dialogar, será um diálogo intenso para que tenhamos a qualidade e a proteção contra a covid, na parte da saúde, e ao mesmo tempo, cronograma possível para retomada das aulas.

Acredita que sua boa relação com Congresso ajudou na sua escolha como ministro? Ajudará na condução do Fundeb?

A professora Dorinha (DEM-TO, relatora do Fundeb) é uma grande entusiasta, conhecedora do ensino e ela coopera muito. Existe no MEC uma profissional que está há mais de um ano trabalhando e conversando com a economia (sobre o Fundeb). Tanto a comissão de educação da Câmara quanto do Senado estão bastante integrados com a necessidade de resolver a questão. O senador Flávio Arns(REDE), Dario Berger (MDB-SC)… São nossas pontas de interlocução específica por serem pessoas com grande laço na área educacional.

Na sua opinião, do que o MEC precisa nesse momento?

O que o MEC mais precisa agora é executar as políticas públicas na educação, colocar em prática o que é previsto, arregaçar as mangas. Eu sou professor, trabalhei como presidente do FNDE e minha prática é entregar para a sociedade da melhor maneira possível as políticas de educação.

O senhor foi presidente do FNDE e, na época, houve relatos de desavença com o ministro Abraham Weintraub.

Eu saí do FNDE porque foi uma questão de troca institucional e voltei para a academia. Quem teve desavença com o ex-ministro foi meu sucessor.

Quando foi feito o convite? Te surpreendeu?

Eu vim ontem (quarta-feira) para Brasília. Houve uma série de referências. Eu fiz uma gestão amplificada no FNDE, viajando o Brasil, ensinando as prefeituras, um diálogo forte com os secretários, conversas fortes no Congresso. A minha ideia de o FNDE fazer sempre palestras no auditório do Congresso, com o presidente Rodrigo Maia, essa prática foi lembrada que eu poderia voltar a trabalhar no governo para estender método de gestão e diálogo, que a política educacional deveria voltar a dar essa orientação quanto à metodologia de trabalho.

Seus antecessores no MEC tiveram uma gestão marcada pela questão da ideologia. Como será sua atuação em relação a essa área?

Eu sou uma pessoa que sou professor da FGV há muito tempo e a minha questão é o trabalho. Eu não tenho nem preparação para fazer discussão ideológica. Vou conversar, dialogar. Minha visão é transformar o ambiente da política educacional em ambiente de sala de aula, e na sala de aula conversamos. A minha função é técnica.

O Globo

Loja localizada na Rua: Jarino Tinoco, 336 em Florânia/RN
Esta entrada foi publicada em Geral. Adicione o link permanente aos seus favoritos.