
O presidente Lula defendeu mais uma vez, neste sábado (1º/3), um acordo para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. A declaração foi dada durante entrevista com jornalistas em Montevidéu, capital do Uruguai, onde ele acompanhou a posse do novo presidente do Uruguai, Yamandú Orsi.
“Há três anos, o Brasil tem dito que era preciso encontrar uma solução de acordo. Nós fizemos uma proposta de acordo com a China para que o mundo discutisse a possibilidade de acabar com essa guerra. Durante muito tempo, a União Europeia defendia que era preciso conversar só com o (Volodymyr) Zelensky (presidente da Ucrânia) e não com o (Vladimir) Putin (presidente da Rússia). Agora que o (Donald) Trump (presidente dos Estados Unidos) conversou com o Putin, a União Europeia quer que o Zelensky participe. Eu acho que não tem paz se não houver participação dos dois presidentes que estão em conflito”, disse Lula
Segundo Lula, o tema foi tratado no encontro deste sábado com o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. O presidente brasileiro também comentou o bate-boca entre os líderes ucraniano e norte-americano, que ocorreu diante da imprensa na sexta-feira (28/2) no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, capital norte-americana, e teve repercussão mundial.
“Eu não sou diplomata, mas eu acho que a diplomacia, desde que o planeta Terra foi criado, desde que a diplomacia foi criada, não se via uma cena tão grotesca, tão desrespeitosa, como aquela que aconteceu no Salão Oval da Casa Branca. Eu, sinceramente, acho que há uma parcela da sociedade que vive do desrespeito aos outros, e não é possível a gente falar em democracia se não há respeito ao outro ser humano. Acho que o Zelensky foi humilhado, acho que, na cabeça do Trump, o Zelensky merecia isso. Acho que a União Europeia foi prejudicada com o discurso do Zelensky, e eu disse ao presidente da Alemanha: ‘É bem possível que a Europa fique responsável pela reconstrução da Ucrânia, é bem possível que a Europa fique responsável pela manutenção da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e é bem possível que a Europa seja responsabilizada pelo desastre que está acontecendo’. Quando, na verdade, não é um problema de nenhum país, é um problema de irresponsabilidade de gente que não quer discutir a paz e que prefere discutir guerra”, afirmou.
