Festa de São João Batista com responsabilidade e equilíbrio com a natureza.

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Qual é o nome da quadrilha? Os Irresponsáveis. O motivo é a quantidade de lixo que é gerado, por não querermos nos dar conta do impacto ambiental e social que é causado. Não se trata de proibir a festa ou condenar a alegria, mas se trata de pensar nos danos que nós causamos ao nosso futuro, em nome de nossas tradições nordestinas. Como é possível preservar o Nordeste, destruindo seu restante de flora nativa, devastando-a nas fogueiras? As chuvas deste ano molharam a terra, possibilitaram algum plantio e colheita, mas não fizeram água. Os grandes reservatórios estão ainda em situação calamitosa. É preciso adaptar nosso folclore aos tempos atuais, mediante a redução, o reuso e a reciclagem de tantos recursos. Ninguém deixe morrer em si a criança e sua capacidade de contemplação, mas que também ninguém permita a infantilidade, da qual seremos acusados pelos nossos pósteros, por termos sido tão displicentes e incapazes de enxergar vários problemas, dentre os quais a desertificação de algumas regiões nordestinas. Se queremos fazer valer a nossa emancipação, sejamos responsáveis e não inconsequentes.
O planejamento de muitas festas juninas leva em consideração a geração de emprego e renda, algumas delas são promovidas com alto investimento público, parecendo adiar a discussão e o enfrentamento de situações como a educação do povo brasileiro. Educação que não é somente instrução acadêmica, educação que é formação para a vida social e o convívio público, temas que cheiram mal às mentes que apregoam uma liberdade baseada na individualidade como valor supremo da ética: o bem comum é possível depois que for considerado conveniente para cada qual. Acabamos internalizando que é impossível falar em formação do caráter, capacidade de renúncia e sacrifício, doação abnegada, trabalho voluntário, cumprimento do dever, honestidade generosa e desinteressada, caridade humana, tolerância religiosa. Sem estes princípios, nossas festas são implosões culturais e não expansões sociais.”  por Gleiber Dantas de Melo

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