Funcionário do ITEP encontra 11,1 mil reais nos bolsos de idoso morto vítima de atropelamento em Mossoró

Era uma noite de plantão como outra qualquer no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), em Mossoró, no dia 5 de agosto deste ano. Uma equipe foi acionada pela Polícia Militar para realizar a perícia de um acidente de trânsito e recolher o corpo de um idoso de 80 anos que morreu atropelado por dois carros na BR-304, em frente à Rodoviária de Mossoró-RN.

No local, os peritos analisaram o corpo como de praxe. Não encontraram nada. Somente durante o exame de necrópsia, na sede do órgão, é que veio a grande surpresa: por baixo da calça que o idoso vestia havia um calção. Os bolsos da roupa foram revistados e dentro deles haviam nada mais nada menos do que R$ 11.100 mil distribuídos em três pacotes.

“Ao perceber que tinha algo no bolso devido o volume, e que se tratava de dinheiro vivo e não da carteira como pensei, imediatamente chamei a colega necrotomista para testemunhar e o fotógrafo para registrar o fato”, contou o necrotomista Teófilo Freitas.

“Ficamos todos surpresos pelos pacotes de dinheiro”, revelou o servidor que trabalha no Itep há cerca de 8 anos.

O dinheiro foi espalhado sob uma mesa da sala e contado com a ajuda do médico legista. Teófilo explicou que já aconteceu de uma vez encontrar dinheiro durante a necrópsia de um cadáver. Mas, a quantia nem chega perto dos mais de R$ 11 mil encontrados com o idoso.

O dinheiro foi juntado e entregue pelo necrotomista ao setor de Medicina Legal, sendo recebido pela servidora Vera Lúcia. Posteriormente, o valor foi entregue a um sobrinho e um irmão do idoso. “Eles disseram que ele (o idoso) tinha o hábito de andar com dinheiro, mas não sabiam que era tanto, achavam até que estava enterrado”, relatou Teófilo.

Visto como um exemplo de honestidade, Teófilo diz que sua atitude não deveria causar espanto e sim ser mais praticada em nossa sociedade. “Acho até estranho, não era para ninguém se admirar, mas diante da roubalheira que vivemos […] fui educado com esses valores pela minha família, jamais ficaria com um centavo de ninguém”, relatou.

Ao final da entrevista, o servidor deixa um recado citando Mahatma Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

MOSSORÓ HOJE

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