Pelo menos 20 partidos já se posicionaram de maneira favorável, contrária ou neutra no segundo turno das eleições 2018. Jair Bolsonaro (PSL), que teve 46% dos votos válidos no último domingo, ou Fernando Haddad (PT), que somou 29%. O segundo turno será em 28 de outubro. A maior parte das siglas optou pela neutralidade.
Confira abaixo o posicionamento de cada partido no segundo turno
Novo. O partido de João Amoêdo, que terminou em 5º lugar com quase 2,67 milhões de votos, informou que não vai apoiar ninguém, mas se classificou, em nota, como “absolutamente contrário ao PT” e que a sigla tem ideias e práticas “opostas” ao Novo. Nessas eleições, a sigla elegeu oito deputados federais, onze estaduais e um distrital.
Em entrevista ao Estado, Amoêdo chegou a elogiar o economista Paulo Guedes, coordenador econômico da campanha do capitão reformado, mas comentou que as ideias vinham do assessor e era preciso entender melhor o candidato. “Bolsonaro, como deputado (o candidato está em seu sétimo mandato na Câmara), nunca foi um grande defensor dessas pautas”, ponderou.
O PP comunicou que terá “absoluta isenção e neutralidade” no segundo turno. “O eleitor quer tomar sua decisão sem que qualquer outro aspecto, que não os candidatos, sejam levados em consideração como critério de escolha”, dizia a nota publicada na terça. O partido elegeu 37 deputados federais e cinco senadores.
PRB. O PRB liberou seus filiados, mas a maior parte da bancada parlamentar, no entanto, deve se engajar na campanha de Bolsonaro. “A executiva nacional do PRB, ouvida a bancada de deputados e senadores, decidiu, nesta terça-feira, 9 de outubro de 2018, liberar os seus membros para apoio no segundo turno da eleição para Presidente da República”, diz a nota divulgada pelo partido
Podemos. Partido do candidato derrotado no primeiro turno Alvaro Dias, com 859 mil votos, a sigla adotou a neutralidade e liberação da militância, dos líderes políticos e dos representates para apoio aos presidenciáveis. Em vídeo publicado em suas redes sociais, o senador do Paraná informou que jamais praticaria atos de incoerência como a hipótese de apoiar o PT. Dias foi um crítico duro do partido na maior parte dos debates presidenciais e também se mostrou contrário à polarização que marcou as eleições 2018.
PSD. O Partido Social Democrático (PSD), do ministro de Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab, optou pela neutralidade no segundo turno das eleições presidenciais. Após consultas internas, a legenda, considerando os diferentes cenários locais, optou por liberar seus filiados para declarar apoio individualmente. No primeiro turno, o partido apoiou o tucano Geraldo Alckmin.
PPS. A sigla decidiu liberar seus filiados e afirmou que fará oposição ao próximo governo. Apesar de haver defensores do apoio a Haddad, o PPS avaliou que seria difícil se posicionar desta forma agora porque sempre fez oposição aos governos petistas. “Temos um partido que provocou tudo isso que estamos vivendo por conta do seu desmantelo, da corrupção implantada quando no governo, e por outro lado temos aquele que sempre foi um enaltecedor da ditadura, tortura e torturadores. isso não corresponde em nada aos nossos princípios e valores”, explicou o presidente da sigla, deputado Roberto Freire (PPS-SP).
DEM. O presidente nacional do Democratas (DEM), ACM Neto, informou que o partido liberou seus filiados para apoiar no segundo turno das eleições 2018 o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ou o do PT. Apesar disso, é majoritária entre os líderes do DEM, adversário histórico do PT, a intenção de votar e fazer campanha por Bolsonaro.
O PR também liberou seus filiados e o partido está dividido. A tendência é que a bancada no Nordeste apoie Haddad. “O PR decidiu liberar todos os quadros para seguir com Bolsonaro ou Haddad”, disse o líder do PR na Câmara, José Rocha (BA). “Em cada Estado, cada parlamentar deve seguir quem achar melhor”, disse.
Patriota. Partido do Cabo Daciolo, o Patriota informou que não vai apoiar nenhum dos lados na campanha presidencial. “Nós não nos unimos com o menos pior”, disse o deputado que recebeu 1,3 milhão de votos em sua primeira disputa presidencial.
Por meio de nota, o partido de Eymael decidiu não apoiar nenhum candidato no segundo turno.”Ficam todos os filiados à Democracia Cristã (DC) liberados para votar conforme seu entendimento, tendo como objetivo o fortalecimento da democracia no Brasil”, diz o documento.
Solidariedade. Partido do Centrão presidido pelo deputado Paulo Pereira, o Solidariedade oficializou a posição de neutralidade na quarta. Segundo Paulinho da Força, que apoiou a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno, a executiva da sigla vai fazer uma “defesa intransigente da democracia e da Constituição” nesse segundo turno. “Achamos que o Brasil está dividido e que isso não é bom para o País. Então optamos pela independência e por liberar os dirigentes a apoiar quem quiserem.” Apesar da neutralidade, a maioria do partido deve apoiar Fernando Haddad (PT) nos Estados.
PSDB. Partido do candidato derrotado Geraldo Alckmin, que teve 5,1 milhões de votos, o PSDB deve se manter neutro. “Não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro. O PSDB decidiu liberar seus militantes e seus líderes”, anunciou o presidente da legenda, Geraldo Alckmin. Ele pontuou que a liberação do partido significa neutralidade na campanha. Na quarta, no entanto, uma corrente do PSDB declarou apoio a Haddad no 2º turno das eleições
Rede Sustentabilidade. A Rede Sustentabilidade informou que fará oposição independente de quem vença as eleições. A sigla anunciou também que não irá apoiar Fernando Haddad, do PT, no segundo turno e recomendou explicitamente que seus filiados e simpatizantes não votem em Jair Bolsonaro, do PSL. “Não temos identidade com nenhum dos dois projetos, mas neste momento compreendemos que o candidato Jair Bolsonaro representa um risco imediato à democracia, à defesa dos direitos humanos e à proteção do meio ambiente”, afirmou Marina Silva, presidente do partido derrotada nas últimas eleições com 1 milhão de votos.
Apoios
PDT. O partido do candidato que ficou em terceiro lugar nas eleições, com 13,3 milhões de votos, definiu “apoio crítico” a Fernando Haddad. “Somos muito mais um voto contra ele (Bolsonaro), contra o risco que ele representa à democracia, aos direitos humanos, ao respeito às liberdades individuais do que um apoio ao Haddad”, disse Carlos Lupi, presidente do partido. “É um apoio com as críticas que temos em relação ao PT, aos golpes que eles nos desferiram durante o processo eleitoral, pressões para retiradas de candidaturas. Isso é nossa crítica”, disse.
PSB. Os integrantes da Executiva Nacional do PSB decidiram que a sigla apoiará oficialmente Fernando Haddad, do PT, no segundo turno da eleição presidencial. Os diretórios do Distrito Federal e de São Paulo, no entanto, foram liberados para se posicionarem de forma independente. Ao anunciar a decisão, o presidente da sigla, Carlos Siqueira, afirmou, no entanto, que o partido cobrará de Haddad a formação de uma frente democrática envolvendo além de partidos políticos, atores da sociedade civil. “Não estamos apoiando o candidato do PT, mas sim quem vai liderar essa frente para defender a democracia”, afirmou Siqueira
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, em entrevista; ao fundo, imagem do ex-governador Miguel Arraes.© Dida Sampaio/Estadão O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, em entrevista; ao fundo, imagem do ex-governador Miguel Arraes.
PSOL. A sigla que teve Guilherme Boulos como presidenciável informou, em nota, que vai ser favorável a Haddad. “Para derrotar Bolsonaro e defender direitos, no 2º turno o PSOL defende o voto em Haddad e Manuela. É a continuidade da luta contra o fascismo e o golpe. A tarefa central nesse momento é, portanto, derrotar Bolsonaro.”, diz o documento.
PPL. O partido que concorreu nas eleições com João Goulart Filho também apoiou Haddad. No entanto, a sigla informou, em nota divulgada na terça-feira, que “difere em muitos pontos do PT”. A questão é que as divergências “jamais serão maiores que o risco de uma nova ditadura, nem maiores que a liberdade de nosso povo.” “Por isso, apesar de nossas diferenças, eu voto em Haddad para derrotar Bolsonaro”.
PSTU. A sigla que disputou a Presidência da República com Vera Lúcia diz que fará oposição a qualquer um dos dois desde o primeiro momento, mas se diz contrária ao capitão reformado. “Vamos votar contra Bolsonaro sem nenhum apoio político a Haddad”, diz a nota do partido. No documento, o partido afirma que o candidato do PSL defende a ditadura militar que “pôs fim à eleição direta para Presidente, ao direito de greve e de manifestação, à liberdade de expressão, de organização sindical e política”.
PCB. O partido afirma que é contra Bolsonaro por ele representar “o que há de mais atrasado na sociedaed brasileira”. “No plano econômico, apresenta um programa ultraliberal, reacionário e antinacional. No plano social, anuncia a retirada de direitos, o aprofundamento da exploração e o fim de qualquer proteção social à classe trabalhadora”, diz o documento. O comunicado continua dizendo que, apesar das divergências com o PT que o partido jamais vai deixar de expor, a sigla defende o “voto crítico” em Haddad.
PTB. O PTB anunciou apoio ao capitão reformado. “Acreditamos que Jair Bolsonaro trabalhará para que o nosso País volte aos trilhos do desenvolvimento social e econômico, e pela pacificação e união do povo brasileiro”, informou a sigla em nota. O partido elegeu 10 deputados federais nas eleições. / PAULO BERALDO, CAMILA TURTELLI, MARIANA HAUBERT E FELIPE FRAZÃO
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