Depois de ser acusado de trair o prefeito de Natal, Álvaro Dias, e, por osmose, a própria população da capital, ao não garantir propostas orçamentárias encaminhadas pela Prefeitura, analisadas e aprovadas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, o senador eleito Rogério Marinho (PL) permanece em silêncio, sem divulgar sequer um mero esclarecimento sobre a celeuma que denigre sua imagem e o põe em rota de colisão com o gestor natalense.
É necessário que Marinho dê alguma declaração para a população da capital, cujo eleitorado lhe garantiu uma expressiva votação, feito esse obtido através do DNA político de Álvaro Dias, que aliás foi o coordenador da campanha de Bolsonaro em Natal e, por que não dizer, padrinho da eleição de Rogério junto ao eleitorado natalense.
O silêncio de Marinho, ao ser taxado de “traidor”, entra na esfera do adágio popular de “quem cala consente”.
Rogério Marinho, que ao longo da campanha empunhou a bandeira do municipalismo e propagou aos quatros ventos os benefícios que destinou para os municípios potiguares enquanto Ministro do Desenvolvimento Regional, não pode agora simplesmente silenciar e deixar o dito pelo não dito.
O fato é que o prefeito de Natal se mostra hoje um poço de decepção com relação à Rogério Marinho. Tipo aquele refrão da música de Beth Carvalho “você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”.
Não é o perfil de traidor que os eleitores desejam ver em Rogério Marinho, pois a imagem que ele passou na campanha foi de um político que estendeu suas duas mãos para Natal e o Rio Grande do Norte.
O silêncio de Rogério Marinho só interessa aos seus adversários petistas e àqueles que nos bastidores torcem a favor da ampliação da crise política que hoje já se estabelece entre o prefeito e o senador eleito.
Uma coisa é fato: até Rogério se pronunciar sobre a sua suposta traição e esclarecer o motivo da sua falta de empenho para a liberação de recursos da ordem de 38 milhões de reais, que seriam para incluir a orla urbana e o centro histórico de Natal, nas obras do projeto turístico da Pedra do Rosário, ninguém deve chamar o prefeito de Natal e o senador eleito para a mesma mesa.
Por Robson Pires