O ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira encampou nesta terça-feira (15) as críticas sobre a privatização da Eletrobras feitas mais cedo pela primeira-dama Janja. Mais cedo, a esposa de Lula se adiantou a todas as investigações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do Ministério de Minas e Energia (MME) para associar a privatização da antiga estatal, em 2022, com o apagão de hoje.
Janja liga privatização da Eletrobras ao apagão que atingiu 25 estados e o DF
Questionado sobre a fala de Janja, Silveira dobrou a aposta. “Na minha visão não deveria ser privatizado e ter uma função estatal. Minha posição, portanto, é que a privatização da Eletrobras fez mal ao sistema no modelo que ocorreu”, disse o ministro, em coletiva de imprensa no Ministério de Minas e Energia, após o evento. “A Eletrobras era o braço operacional do setor elétrico brasileiro, responsável por mais de 40% da transmissão e 36% da geração de energia elétrica.”
Para ele, o que ela disse “nada mais é que uma afirmativa textual”. E foi além: “[A Eletrobras] Foi privatizada às véspera das eleições num ano eleitoral, e portanto vejo apenas como uma manifestação natural e real de um fato que realmente aconteceu e gera instabilidade para o setor elétrico nacional”, disse.
Depois, ao voltar no tema, disse que “nem ao menos teve a solidariedade” da empresa no caso. Ele não disse se uma das possíveis causas da queda do sistema — uma sobrecarga em uma linha de transmissão no Ceará — era de propriedade da Eletrobras. Apesar das críticas, ele considerou “leviano” associar o apagão à privatização, como buscou intuir a primeira-dama.
O ministro garantiu que a distribuição da carga de energia foi reestabelecida às 14h49.
O Antagonista